Na construção das baterias BECAD e ECADI, foram seguidos os métodos de investigação habituais no desenvolvimento de instrumentos de avaliação comportamental.
Além disso, utilizámos a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da OMS como enquadramento teórico. A CIF faz parte da sua família de classificações para a saúde e é proposta como um complemento ao diagnóstico.
No capítulo “Avaliação da deficiência”, apresentamos uma aplicação prática da CIF no domínio da saúde mental. (Moro y otros (2020): Evaluación de la discapacidad. En C. Marín (coord.) Guía práctica de evaluación en psicología clínica. Desarrollo de competencias. Madrid. Editorial Pirámide).
Este trabalho foi possível graças ao financiamento obtido em diferentes convites públicos à apresentação de propostas ao longo dos anos. A validação das nossas escalas de avaliação da deficiência é objeto de duas teses de doutoramento orientadas na equipa e de vários projectos finais de mestrado.
O capítulo das actividades, a base da construção da bateria
As actividades estão organizadas desde o nível mais básico, que inclui a perceção com o olhar e a audição, até às actividades sociais mais complexas. A CIF não é um procedimento de avaliação, mas uma classificação ou catálogo de funções e estruturas, actividades e factores ambientais, deixando ao critério dos investigadores e clínicos a utilização de diferentes procedimentos de medição.
Enquanto que para a avaliação das funções e estruturas existem métodos de avaliação suficientes com garantias de qualidade adequadas, para as actividades e a participação encontramos uma variedade de instrumentos, muitos desenvolvidos com modelos teóricos anteriores à CIF, que, no nosso caso, nos pareceram inadequados para a reabilitação dos nossos pacientes.
Nesta secção, incluímos resultados de investigação publicados em artigos, capítulos de livros e comunicações em conferências.
O nosso método de trabalho
O processo teve início há vários anos e começou com um estudo pormenorizado da CIF, um debate com vários grupos de peritos, um estudo-piloto com um primeiro projeto e as primeiras análises estatísticas.
A investigação sobre as propriedades métricas da bateria e a sua utilidade teve diferentes vertentes. Em primeiro lugar, foram efectuados estudos iniciais que descrevem o processo de desenvolvimento e a modificação das escalas em função dos resultados empíricos.
A primeira versão seguiu a mesma estrutura da CIF e, com base nas análises factoriais, fizemos modificações a esta estrutura.
Também estudámos as relações entre a BECAD e outros instrumentos de avaliação da autonomia e da incapacidade em diferentes amostras clínicas. Por fim, uma vez que o objetivo da BECAD foi essencialmente prático desde o início do projeto, foi estudada a sua utilidade em contextos aplicados.
UTILIDADE
A sensibilidade das escalas BECAD para definir objectivos de intervenção e medir resultados foi estudada em diferentes amostras.